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Em São Tomé e Príncipe “não há nenhum caso suspeito” de coronavírus. A garantia foi dada de “forma muito clara” pelo ministro da Saúde, depois da reunião do Comité de Crise, este domingo, chefiado pelo chefe do governo, Jorge Bom Jesus.

Edgar Neves voltou a aconselhar que “a população se guie por informações oficiais provenientes do Governo, do Ministério da Saúde e da Organização Mundial da Saúde, OMS”, para se evitar o pânico desnecessário.

Entretanto, foram anunciadas novas medidas preventivas para combater o Covid-19.

Entre as recomendações saídas do encontro está “o desaconselhamento de forma muito séria a deslocação a São Tomé e Príncipe de cidadãos estrangeiros que queiram vir ao nosso país, por razões de turismo ou outra atividade qualquer que o país não considere essencial”.

O desincentivo passa por uma outra medida: “Que esses viajantes tenham que fazer a testagem prévia antes da partida e têm que provar-nos que foram testados ao chegarem a São Tomé e Príncipe”, disse Edgar Neves.

Esta barreira complementar vai aumentar a nossa capacidade de vigilância ao nível dos pontos de entrada, nomeadamente o aeroporto e o porto.

O ministro da Saúde anunciou ainda que “as grandes concentrações” devem ser evitadas, referindo-se às missas, às discotecas, atividades lúdicas, desportivas, entre outras.

As autoridades contam com “o apoio das entidades religiosas neste sentido, no aconselhamento e na atitude a ter durante essas concentrações”.

Em coordenação com a comunicação social e com apoio de brigadas criadas para o efeito, vai ser intensificada a campanha de educação informação e sensibilização sobre o coronavírus e não só.

«Não podemos esquecer-nos de outras doenças que estão cá. O paludismo não desapareceu. O HIV /Sida e a tuberculose estão cá. Não nos podemos distrair em relação a qualquer uma dessas endemias», recordou o ministro.

Ministro da Saúde, Edgar Neves
Legenda

«Já encomendamos kits - e é já a fase de apoio ao diagnóstico – para a testagem rápida da doença e vamos fazer tudo, no sentido de que eles cheguem o mais rapidamente possível. O fornecedor tem uma quantidade de pedidos enorme, o que pode levar a algum atraso na chegada da nossa encomenda. Tem mais de 15 milhões de pedidos», acrescentou.

Os materiais de proteção individual para os profissionais da saúde como máscaras, fatos, luvas de todo o tipo e alguns medicamentos já chegaram ao país e irão continuar a ser importados para garantir o stock de forma regular.

«Vamos criar todas as condições possíveis e contaríamos também com o apoio do setor privado, no sentido de ter dispensadores ou outros materiais como água e sabão em todos os serviços públicos para uma maior higienização das mãos, em particular, e não só», sublinhou.

Uma equipa de infecciologia e de vigilância epidemiológica está na Região Autónoma do Príncipe, porque a componente formação é importante. “Os profissionais têm que estar devidamente atualizados. Na próxima semana, iremos nos deslocar ao Príncipe e lá com o governo regional tomarmos todas as medidas possíveis para criar barreiras de proteção para todos nós”, indicou Edgar Neves.

Os apertos de mão, beijinhos e tudo o que possa provocar uma aproximação de menos de um metro entre as pessoas também não são aconselhados.

O presidente da República, Evaristo Carvalho, convocou todos os órgãos de soberania e também o presidente do governo regional, Tozé Cassandra, para uma reunião temática com caráter de emergência, onde outras medidas mais restritivas serão anunciadas.

«O desafio é grande. É de todos nós. Esperemos o melhor, mas preparemo-nos para o pior», sentenciou Edgar Neves.

O Comité de Crise governamental integra os ministros da Saúde, Edgar Neves; do Planeamento e Finanças, Osvaldo Vaz; da Defesa e Ordem Interna, Óscar Sousa; da Presidência do Conselho de Ministros, Wuando Castro; da Educação e Ensino Superior, Julieta Rodrigues; e os secretários de Estado do Comércio e Indústria, Eugénio da Graça; e da Comunicação Social, Adelino Lucas.