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A ministra de Educação e Ensino Superior reconheceu que o FNUAP, “em matéria de maior democratização do ensino, tem colaborado na dinamização de associação de estudantes”. 

“Neste ano letivo foi possível contar com 16 associações de estudantes em pleno funcionamento. Estas associações realizaram intercâmbio à distância com associações de estudantes do Brasil para conhecer a linha de intervenção e contributos das outras associações nas suas escolas. De igual forma as nossas associações foram formadas em questões abrangentes da sexualidade”, declarou Julieta Rodrigues na abertura do ano escolar.

Por outro lado, referiu-se à contribuição do sistema das Nações Unidas na educação transformadora, com a realização da cimeira do mesmo nome, com a finalidade de apresentar em Washington no corrente mês, “a proposta de educação transformadora para São Tomé e Príncipe”.

“Nesta cimeira concluiu-se que a escola que queremos deve ser objeto de uma educação transformadora, alinhada aos compromissos nacionais e internacionais e com retorno para uma sociedade santomense mais justa, preparada para os desafios atuais, envolvendo representantes da comunidade educativa comprometidos com a causa, e com o domínio da matéria para qual são responsáveis”, sublinhou.

No seu discurso, a titular da pasta fez um balanço exaustivo das ações realizadas pelo Ministério que dirige e destacou alguns avanços no domínio, por exemplo, da inclusão com as medidas relacionadas com o ensino especial.

Entretanto, o presidente da autarquia de Cantagalo manifestou-se preocupado com a qualidade de ensino.

“Continuamos a ter crianças, que tendo concluído o ensino básico não conseguem ler um texto e realizar operações matemáticas simples, escrever corretamente o seu nome, bem como efetuar raciocínios simples. Por outro lado, no convívio com professores desses alunos, apercebemo-nos que eles próprios apresentam lacunas muito semelhantes”, disse Aleixo Pires.

E deixou algumas sugestões para a melhoria do sistema educativo em São Tomé e Príncipe, como recorrer ao passado, “introduzindo a moral e a religião, o ditado, a redação, a cópia e a tabuada”.

Pires propôs ainda que a contratação de professores, liderada pelo Ministério da Educação e Ensino Superior, seja apoiada em “critérios transparentes, tendo por base um perfil de professor pré-definido. É a única forma de termos pessoas adequadas a ensinar as nossas crianças”.

O representante de estudantes pediu “atenção, carinho, alimento, amor e proteção para que possamos fazer esta caminhada. Pois, temos a certeza que o futuro deste país encontra-se nas nossas mãos (…) Reconhecemos os vossos esforços, mas queremos um pouco mais da vossa parte para que seja possível uma educação para todos geradora de conhecimentos e transformadora da nossa sociedade”.

Outro apelo veio do membro da União de Pais e Encarregados de Educação do distrito de Cantagalo. Ele pediu que “o governo dê a devida atenção à escola pública, capacitando os professores de forma a ensinar os nossos filhos, tornando a escola um espaço de  conhecimento, de facto, de convívio, transformação social, transmissão de valores e de cultura, para o bem da nossa sociedade”.

Antes de abrir oficialmente o ano escolar, o primeiro-ministro manifestou-se convicto de que “com todos se faz um país. Com a Educação se constrói e se transforma o futuro de qualquer país”.

Porém, Jorge Bom Jesus afirmou que quer “mais e melhor educação. Quero mais qualidade, relativamente a tudo, aos professores, à organização do sistema…enfim, buscamos sempre a perfeição naquilo que nós fazemos. Todavia, é preciso ver o país. E penso que, em termos de Educação, estamos a dar passos firmes e no caminho certo”.

Cerca de 80 mil alunos estão inscritos nos diversos níveis de ensino.

A abertura do Ano Escolar foi feita na Escola Maria Augusta Martinez, no distrito de Cantagalo, O ano letivo, devido ao período eleitoral, terá início a 3 de outubro.