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“Tolerância zero” contra o abuso sexual de menores e a violência doméstica

“Tolerância zero” contra o abuso sexual de menores e a violência doméstica

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“Tolerância zero” contra o abuso sexual de menores e a violência doméstica

calendar_today 19 December 2019

Marcha contra todos os tipos de violência.
Marcha contra violência doméstica e abuso sexual de menores

Até Dezembro, a sensibilização no âmbito da campanha “Laço Verde” está a ser feita porta a porta. A equipa no terreno recebeu muitas denúncias e constatou igualmente que muitas vítimas de violência doméstica não estavam informadas sobre os recursos disponíveis para apresentar queixa.

 

Maria, por exemplo, declarou que o companheiro agrediu-a por causa de uma discussão simples e deixou-a cega de um olho, que a obrigou a fazer novos documentos.

 

No distrito de Cantagalo, um cidadão falou de abuso sexual de menores. Apontou o dedo a “papoitos”, homens com posses, que negoceiam com a família para que o crime não seja denunciado às autoridades.

 

A iniciativa lançada em Julho pretende combater o abuso sexual de menores, a violência doméstica, a gravidez precoce, o uso de drogas e outros crimes relacionados com o género, que se tem registado nos últimos tempos no país.

 

O executivo declarou “Tolerância zero” contra o abuso sexual de menores e a violência doméstica.

 

«É preciso tomarmos medidas drásticas contra essas formas de violência”, declarou a ministra da Justiça e dos Direitos Humanos.

 

Para Ivete Lima, “as nossas raparigas têm direito de crescer e de desenvolver, têm direito à segurança e de serem felizes”. Prometeu “mão dura” contra os eventuais prevaricadores.

 

A governante falava perante centenas de jovens que participaram na marcha contra esses flagelos, um dos momentos mais altos da campanha que tem como lema: “Valoriza-te, Defenda-te e Não te Cales”.

 

Dinazalda do Nascimento qualificou a participação na marcha como “uma força”.

 

«Nós, hoje, como jovens, temos que nos posicionar, porque os mais velhos e mesmo jovens estão a fazer coisas que não devem. Por exemplo, o abuso sexual de menores; violência doméstica, bater nas mulheres, entre outras formas de violência. Como não podemos estar de braços cruzados, viemos dar uma força para que haja mudança».

 

A jovem estudantes tem claro o seu papel dentro da família de seis membros: “levar conselhos e ajudar na prevenção contra essas situações. E não só. Também no bairro e na escola”.

 

Por sua vez, Jeciley Amorim quer estar envolvido na campanha para “alertar as pessoas contra esses males que estão a afectar a nossa sociedade. Sobretudo, a violência que está a aumentar no país. Essa marcha é uma das acções”.

 

«A minha participação vai continuar, transmitindo mensagens tanto na família, como no bairro, para que as pessoas deixem de fazer maldades. Incentivar os jovens a não praticar ilícitos como se tem assistido», acrescentou.

 

Representantes de várias entidades usaram da palavra, sublinhando a necessidade de denunciar esses actos e fazendo apelos para que os conflitos sejam resolvidos na base do diálogo.

 

Marcha contra violência
Milhares de jovens marcharam em todo o país contra todas as formas de violência e o abuso sexual de menores

Aleina Sousa, presidente do Parlamento infanto-juvenil, aconselhou aos adolescentes a não “estragar o nosso futuro por causa de sensações do momento. Vamos fazer de São Tomé e Príncipe um lugar melhor, sem gravidez precoce e sem violência doméstica”.

A directora da Polícia Judiciária garantiu, por sua vez, que “estamos a demonstrar a nossa determinação no combate à criminalidade”.

 

«Eu sou polícia. Mas quero que a criminalidade acabe. Se a criminalidade acabar, a polícia vai acabar. O meu desejo é que não exista polícia, mas que a sociedade esteja segura».

 

A Representante Adjunta do Unicef sublinhou que “a beleza de STP é a sua juventude”.

 

«É uma juventude que está presente, engajada, mobilizada para o seu futuro. É o melhor que um país pode ter. Quero assegurar-vos que não estão sozinhos nesta luta. Estamos convosco para dar voz às suas aspirações. A resposta à violência começa em casa e depois na escola. No vosso dia-a-dia na escola se verem uma situação de bullying, de discriminação ou de violência, denunciem. É assim que mudamos o ciclo. A violência não é normal em casa, na estrada ou na escola”, declarou Mariavittoria Ballota.

 

A ministra da Justiça também insistiu que “ninguém deve calar-se perante um ato de violência doméstica, de abuso sexual de menores ou de gravidez precoce”.

 

«Estamos cá para vos ajudar. Vocês têm todo o apoio do governo e o executivo tem estruturas criadas. Estamos a fazer de tudo de forma a proteger-vos, que possam ter um crescimento sadio e sejam crianças e jovens saudáveis. Estamos a apostar em vocês, nossos recursos humanos, que são a nossa maior riqueza. Por isso, contamos convosco, contamos com os pais e encarregados de educação, professores e toda a sociedade civil para proteger as nossas crianças, os nossos adolescentes, os nossos jovens de qualquer tipo de criminalidade», declarou Ivete Lima.

 

As denúncias podem ser feitas através do número 150, do Centro de Aconselhamento contra a Violência Doméstica ou na Polícia Nacional. Também está disponível um gabinete de informação jurídica, criado com o financiamento do PNUD e outras organizações, que está aberto durante as horas normais de funcionamento, para qualquer informação e qualquer apoio que as vítimas precisarem.