“Investimento na Saúde dos Jovens, Acesso a Saúde Sexual e Reprodutiva (SSR) e Saúde Mental” foi um dos painéis da cimeira do Youth Connekt África 2022, em Kigali, Ruanda, de 13 a 15 de outubro último.
Dois representantes da Iniciativa “Um Sorriso, Uma Vida”, que conta com o apoio do UNFPA, participaram no workshop “Saúde e direitos sexuais e reprodutivos, como um elemento essencial da cobertura universal de saúde”.
A ministra da Juventude do Ruanda, Hon Rosemary Mbabazy, ao saudar os presentes, destacou que “devemos empoderar as jovens raparigas com o seu envolvimento na Saúde Sexual e Reprodutiva.
Por sua vez, a titular de Informação, Cultura, Juventude e Desporto do Zanzibar, instou os jovens em África a encarar “o desafio de liderar os problemas”. Tabia Maulid Mwita indicou que no seu pais, “os trabalhos foram desenvolvidos em três áreas: Educação Sexual, estágio familiar para conversar com os pais, para conversar com os seus educandos e para proteger a si mesmo”.
A acessibilidade e a saúde mental foram igualmente abordados. Por exemplo, no que respeita à acessibilidade, na Namíbia, um dos destaques de boas práticas, são as clínicas móveis com os serviços de Saúde Reprodutiva para jovens em todos os distritos, porque os que estão fora da escola também precisam saber sobre SSR.
O presidente da Namíbia, Hage Geingob, na sua intervenção virtual, disse ainda que “os jovens devem ser empoderados economicamente”, e referiu-se às atividades suportadas pelo UNFPA no seu país,
No plano psicológico, o Dr. Jean Pierre Ndagijimana começou por questionar: “Jovens, onde está a tua mente?” E frisou que a Saúde Mental influencia a SSR, por isso é necessário integrar a duas áreas.
“A desordem mental contribui para o stress. A saúde mental não tem relação com o que está na nossa cabeça, mas leva-nos a pensar na maneira que relacionamos com os outros”, defendeu.
A Directora Regional do UNFPA, no encerramento dO painel questionou sobre a facilidade de acesso dos jovens ao SSR?
Lydia Zigomo reforçou que a “ação sobre SSR deve começar connosco”. Ela recomendou que no âmbito da inovação, “os países devem criar programas em que os jovens falem dos seus problemas”.
Durante a cimeira, a delegação santomense teve um encontro de trabalho com a congénere de Moçambique. O objetivo foi troca de experiência no que toca à situação da juventude dos dois países e conhecer os passos dados por São Tomé e Príncipe para ser membro do Youth Connekt África. Moçambique manifestou o desejo de ser membro e precisava da nossa experiência para o efeito.
Após as apresentações, foi feito também um balanço das atividades do Youth Connekt São Tomé e Príncipe desde a adesão do país em 2022. Houve ainda oportunidade para trocar ideias com as congéneres de Cabo Verde e Guiné Bissau.
A cimeira teve como objetivo geral capacitar os jovens, potenciando os seus conhecimentos, experiências e competências e, ao mesmo tempo, que investe nas suas ideias, inovações e iniciativas para aproveitar o dividendo demográfico de África.
A abertura oficial foi feita pelo presidente do Ruanda. Paul Kagame defendeu “a necessidade de acelerar o investimento na juventude”.
“Temos de fazer a nossa parte e reconhecer os jovens como parceiros iguais na nossa agenda de desenvolvimento. Eles têm ideias sobre como negociar de forma mais eficaz, construir sistemas de saúde mais fortes, combater as alterações climáticas, reduzir as desigualdades e muito mais. O nosso dever é ouvir e trabalhar convosco", sublinhou o chefe de Estado ruandês.
A delegação santomense na cimeira da Youth Connekt África 2022 foi composta por seis membros . O lema do evento: “Acelerar o Investimento na Juventude: Jovem Resiliente, África Resiliente”.
