De acordo com a Diretora Executiva do Fundo das Nacões Unidas para o Desenvolvimento (UNFPA, em inglês), “as mulheres lideram em todo o mundo, nomeadamente nos processos de paz, dirigem empresas e em conjunto cooperativas, criam hospitais e escolas e são chefes de Estado de países. São responsáveis de organizações internacionais e de base, confissões religiosas, equipas desportivas, movimentos sindicais e ambientais, e ao mesmo tempo cuidam das suas famílias e comunidades”.
Na sua mensagem pelo 8 de março, a Dra. Natália Kanem homenageou todas as mulheres, em particular aquelas que comandam os esforços pela igualdade.
«Quero incentivar as mulheres e raparigas que sonham em ser líderes, que o assumam. Não esperem. É vosso direito e o mundo precisa de vocês, mais do que nunca», sublinhou a responsável do UNFPA.
Kanem admitiu que nenhum país ainda não atingiu a paridade completa de género, no que respeita à liderança. “Mas eu acredito que lá chegaremos e que as mulheres de forma coletiva transformarão o nosso mundo para melhor. Nos países em que existe a igualdade de género, as sociedades são mais prósperas, a paz é mais duradoura. Toda a sociedade beneficia”, asseverou.
Porém, muitos obstáculos continuam a bloquear o trajeto das mulheres até a liderança. Uma delas, que é fundamental, é a autonomia corporal. Muitas mulheres não podem tomar decisões básicas relacionadas com o seu corpo, como ter ou não relações sexuais, usar o não contracetivos ou tomar decidir sobre a atenção que deve dar a sua saúde, lê-se ainda na mensagem.
«Não se deveria negar estas opções a qualquer mulher. Contudo, um ano depois do início da pandemia de Covid-19, vemos como as crises podem exacerbar as barreiras que impedem as mulheres de exercer a sua autonomia corporal: os serviços de saúde sexual e reprodutiva fecharam ou reduziram em todo o mundo e a violência baseada no género aumentou», constatou a Drª. Natalia Kanem.
Uma mulher que não pode exercer a sua autonomia corporal pode enfrentar obstáculos cada vez maiores perante a igualdade ao longo da sua vida, pondo em causa a variedade de direitos e opções requeridos para converter-se em líder. Por isso, devemos assegurar que as mulheres possam desenvolver habilidades e tenham oportunidades para liderar e que contem com uma base sólida para desenvolver a sua autonomia corporal.
No decorrer desta pandemia, as mulheres mantiveram sociedades inteiras a funcionar, apoiado os sistemas de saúde ao integrar a maioria dos trabalhadores na primeira linha da defesa, e assumido valorosamente as responsabilidades adicionais no lar, ao cuidar de doentes e, ao mesmo tempo, das crianças que não estão na escola. Conseguiram manter o funcionamento de albergues para sobreviventes de violência contra a mulher e escalaram montanhas para distribuir anticonceptivos.
Ao finalizar, a Diretora Executiva do UNFPA, Dr.ª Natalia Kanem, exaltou “os testemunhos emocionantes e inesquecíveis” dados por mulheres sobre “o valor da sua liderança, que devem ser celebrados e multiplicados, até se conseguir um mundo em que todas as mulheres possam decidir sobre o seu corpo e vida em que as mulheres liderem como iguais, porque é seu direito”.