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A população mundial atinge esta terça-feira, 15 de novembro, 8 mil milhões de habitantes. Este marco é um sinal de melhorias na saúde pública, que reduziram o risco de morrer e aumentaram a expectativa de vida.

O momento também é um apelo para que a humanidade olhe além dos números e cumpra sua responsabilidade compartilhada de proteger as pessoas e o planeta, começando pelos mais vulneráveis.

“A menos que superemos o abismo entre os que têm e os que não têm, estamos nos preparando para um mundo de 8 mil milhões de pessoas cheio de tensões e desconfiança, crise e conflito”, disse o secretário-geral da ONU, António Guterres.

 

Embora a população mundial venha a atingir cerca de 10,4 mil milhões na década de 2080, a taxa geral de crescimento está a diminuir. O mundo está demograficamente mais diverso do que nunca. Os países estão a enfrentar tendências populacionais totalmente diferentes, que vão do crescimento ao declínio.

 

Hoje, dois terços da população global vive em um contexto de baixa fecundidade, onde a fecundidade ao longo da vida é inferior a 2,1 nascimentos por mulher. Ao mesmo tempo, o crescimento populacional tem se concentrado cada vez mais nos países mais pobres do mundo, a maioria dos quais na África Subsaariana.

 

Nesse contexto, a comunidade global deve garantir que todos os países, independentemente de suas populações estarem a crescer ou diminuir, estejam equipados para proporcionar uma boa qualidade de vida para suas populações e possam elevar e capacitar seus povos mais marginalizados.

 

“Um mundo de 8 mil milhões é um marco para a humanidade – o resultado de uma expectativa de vida mais longa, redução da pobreza e declínio da mortalidade materna e infantil. No entanto, focar apenas nos números nos distrai do verdadeiro desafio que enfrentamos: garantir um mundo em que o progresso possa ser desfrutado de forma igual e sustentável”, disse a Diretora Executiva do UNFPA.

 

“Não podemos confiar em soluções com a mesma fórmula num mundo em que a idade média é de 41 anos na Europa em comparação com 17 na África Subsaariana. Para ter sucesso, todas as políticas populacionais devem ter os direitos reprodutivos na sua essência, investir nas pessoas e no planeta e basear-se em dados sólidos”, acrescentou a Dra. Natalia Kanem.

O Dia dos 8 mil milhões representa uma história de sucesso para a humanidade, também levanta preocupações sobre as ligações entre o crescimento populacional, a pobreza, as mudanças climáticas e a realização dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. A relação entre crescimento populacional e desenvolvimento sustentável é complexa.

 

O rápido crescimento populacional torna mais difícil erradicar a pobreza, combater a fome e a desnutrição e aumentar a cobertura dos sistemas de saúde e educação. Por outro lado, alcançar os ODS, especialmente aqueles relacionados com a saúde, educação e igualdade de género, contribuirá para desacelerar o crescimento da população global.

 

Da mesma forma, a lentidão do crescimento populacional ao longo de várias décadas possa ajudar a mitigar a degradação ambiental, não se deve confundir o crescimento populacional com o aumento das emissões de gases de efeito estufa. Porque os países com as maiores taxas de consumo e emissões são aqueles onde o crescimento populacional já é lento ou mesmo negativo.

 

Enquanto isso, a maior parte do crescimento da população mundial está concentrada nos países mais pobres, que têm taxas de emissões significativamente mais baixas, mas provavelmente sofrerão desproporcionalmente os efeitos das mudanças climáticas.

“Devemos acelerar nossos esforços para cumprir os objetivos do Acordo de Paris, bem como alcançar os ODS”, disse o subsecretário-geral da ONU para Assuntos Económicos e Sociais.

 

“Precisamos de uma rápida dissociação da atividade económica da atual dependência excessiva da energia de combustível fóssil, bem como de maior eficiência no uso desses recursos, e precisamos fazer disso uma transição justa e inclusiva que apoie os que ficaram mais para trás”, sublinhou Li Junhua.

 

Para inaugurar um mundo em que os 8 mil milhões de pessoas possam prosperar, devemos buscar soluções comprovadas e eficazes para mitigar os desafios do nosso mundo e alcançar os ODS, priorizando os direitos humanos. Encontrar essas soluções, significa aumentar o investimento dos estados membros e governos doadores em políticas e programas que trabalhem para tornar o mundo mais seguro, mais sustentável e mais inclusivo.

 

Crescimento populacional em STP

 

Em São Tomé e Príncipe, a taxa total de fertilidade diminuiu de 4,4 para 3,8 crianças por mulher entre 2014 e 2019.

As mortes maternas diminuíram igualmente de 158 por 100.000 nados-vivos em 2009 para 130 em 2017, segundo as estimativas dos indicadores de saúde da OMS. O país está perto de atingir 70 por 100.000 nados-vivos, de acordo com a meta do seu plano estratégico 2022-2025.

Em contrapartida, a gravidez na adolescência antes de 19 anos aumentou de 16 por cento em 2014 para 21,9 por cento em 2019. A mesma é mais elevada nas zonas rurais, onde 26,7 por cento das adolescentes estavam grávidas em 2019 contra 20,3 por cento em 2014.

A taxa de fertilidade das adolescentes foi de 86 por mil nascimentos em 2019, e na zona rural foi de 102. A taxa de fertilidade é maior entre os adolescentes pobres.

Por outro lado, São Tomé e Príncipe fez progressos para assegurar o acesso da população a serviços socioeconómicos tais como saúde, educação e emprego. No entanto, nem todos os cidadãos beneficiaram do desenvolvimento socioeconómico durante a última década.

A taxa de crescimento económico do país nos últimos 10 anos foi de aproximadamente 4,1 por cento. Durante a pandemia COVID-19, o país registou um declínio no crescimento económico de 3,1 por cento em 2020 para 1,8 por cento, segundo o Fundo Monetário Internacional.

As projeções apontam que este ano a população seja de 219 mil; em 2030, atinja os 258 mil e em 2035, pouco mais de 284 mil habitantes

São Tomé e Príncipe assumiu compromissos na cimeira de Nairobi, Quénia, cuja implementação pode contribuir para consolidar avanços. O UNFPA será sempre um parceiro de São Tomé e Príncipe com vista à harmonização entre o crescimento populacional e o desenvolvimento sustentável e inclusivo.