UNFPA/STP- Na cidade capital e nas comunidades aumenta o número de mulheres que aderem aos métodos de planeamento familiar. Djamila vive na roça Boa Entrada, uma comunidade agrícola no distrito de Lobata. Neusa é da capital. Ambas são jovens, têm três filhos de dois pais e decidiram fazer planeamento.
Na roça Boa Entrada, a 13 km da cidade capital, no distrito de Lobata, vive Djamila dos Santos. Estudou até 6.ª classe. É doméstica. Tem 29 anos, 3 filhas, de pais diferentes. A primeira tem 8, a segunda tem 6 e a terceira vai fazer dois anos daqui a pouco.
“Por enquanto, não penso ter mais filhos. Gostaria de dar um espaço longo, uns seis anos, antes de ter o próximo”.
«Comecei a ter vida sexual activa aos 19 anos e pari com 21. Sempre ouvi falar de planeamento familiar, mas de princípio não gostava. Tive a primeira e a segunda. A terceira, já foi com base no planeamento. Tomo pílulas, mas não me sinto muito bem. Já falei com o enfermeiro e vou experimentar ‘Jadelle’, outro método de longa duração. O meu companheiro está a par, porque conversamos sobre tudo».
«Aconselho as mulheres como eu a fazerem o planeamento familiar. Assim se evita ter muitos filhos, o que traz benefícios para a saúde da mulher e a educação das crianças», reforçou Djamila.
Por sua vez, Neusa Noronha tem 25 anos e 3 filhos: um rapaz de 9 anos e duas meninas de 7 anos e seis meses, respectivamente. Teve o primeiro aos 14 anos com “marido de alguém”.
- Por quê tão cedo? Não tinha informações sobre como evitar filhos?
«Tinha sim. Mas quando a gente está nessas coisas, a gente não lembra. Engravidei, não quis abortar e tive a criança», respondeu.
Quando arranjou um companheiro fixo começou a fazer planeamento. “O DIU é que dá melhor comigo”, disse.
As duas meninas têm o mesmo pai. Gostaria de ter mais um rapaz para completar dois casais. Está solteira há cerca de um ano. Rompeu com o seu companheiro, com quem começou a viver quando tinha 16 anos e ele 19.
“Crescemos juntos, sem ajuda dos nossos familiares. Deixei ‘homem de gente’, porque não queria continuar naquela situação. Arranjei meu homem. Estávamos a viver muito bem. Depois ele começou a andar atrás de ‘rabos de saia’. Era muita discussão, porque não tenho paciência. Não conseguíamos conversar tranquilamente. Decidi separar dele”, resumiu a sua “vida complicada”.
«De momento, fico com esses três. A situação do país não está a ajudar ter mais filhos. E como não tenho marido retirei o DIU», acrescentou sorridente.
- Mas em caso de sexo casual, como fará para evitar uma gravidez indesejada?
«Eu tomo pílula do dia seguinte, mas no mesmo dia (risos)».
Neusa passou pela Feira na Praça Yon Gato, no quadro da Semana do Planeamento Familiar, para fazer teste de VIH. "É bom fazer controlo periodicamente", observou.
As tendas mais concorridas, além das que se podia fazer o controlo do vírus de Sida, eram as de consulta gratuita.