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Helga Camblé e Julay Pinto manifestaram-se satisfeitas, por terem o atendimento praticamente à porta de casa, com os serviços prestados com o apoio da clínica móvel, uma estreia na comunidade de Generosa.

Para Helga, a iniciativa é boa. “A comunidade carecia dela. Estamos a fazer consultas para grávidas e crianças. Entre os benefícios estão as orientações que as enfermeiras nos dão para ter uma boa alimentação, tomar vacina, ver como o bebé está, em resumo ter um melhor acompanhamento”.

Para chegar ao Centro de Saúde de Neves para fazer consulta temos que apanhar moto. Se podemos ter este serviço na comunidade com aviso da Área de Saúde e da Câmara ficamos em casa preparados para fazer a consulta aqui”, completou Julay Pinto.


Julay Pinto:Atendimento na comunidade é para o nosso bem...
ainda mais com essa pandemia que está no país.
 

«Vim com a minha filha para a consulta, pesar, tomar vacina. Sempre que o médico e as enfermeiras se deslocam para vir ter connosco é melhor. E apelo às outras mães para não terem medo deste ambiente de atendimento na comunidade, porque é para o nosso bem. Mais ainda, tendo em conta esta pandemia que está no país é melhor ainda», acrescentou.

A delegada interina, Bonanza Aragão, também admitiu que “esta clínica móvel é um reforço para a nossa equipa que se desloca ao terreno, com o serviço de PMI, de desparasitação da criança, vacinação, atenção às mulheres grávidas, entre outros. Deste jeito, estaremos a levar os serviços mais próximos da comunidade que é o nosso maior objetivo”.

O Sistema de Saúde santomense foi reforçado com três clínicas móveis para prestar serviço nas comunidades mais distantes, particularmente, no domínio de Saúde Reprodutiva.

Os carros estão equipados com mesa de exame, aparelho para medir a frequência cardíaca do feto, ecógrafo de ultrassom, gerador, entre outros.

A aquisição destas unidades é produto de uma parceria trilateral entre o Governo santomenses, o UNFPA e o Fundo da Índia para o Desenvolvimento que prontamente se dispôs em ajudar o país.

Cada uma das clínicas servirá dois distritos das zonas norte, centro e sul da ilha de São Tomé. Ou seja, uma cobrirá Lobata e Lembá; outra, Água Grande e Mé-Zóchi e a terceira, Cantagalo e Caué.

A sua utilização será feita de forma coordenada entre o Programa de Saúde Reprodutiva Central e os Delegados distritais.

A responsável do UNFPA no país, Victória d’Alva, sublinhou que a finalidade do projeto é “criar condições para facilitar a expansão da prestação dos serviços sexual e reprodutiva e tem como componentes o planeamento familiar, pré e pós natal e também toda a sensibilização relacionada com esta temática”.

De destacar que a prestação de serviços é integrada. Em Generosa, as utentes, seus filhos, netos e irmãos tiveram também acesso ao atendimento para o controlo de crescimento das crianças, vacinação, desparasitação, testagem de HIV/ Sida, controlo do paludismo e distribuição de mosquiteiros.  

Assinala-se ainda que os Centros e Postos de Saúde da periferia em todo o país, beneficiaram de diversos equipamentos para melhoria da prestação de serviços a jovens e mulheres também nos domínios relacionados com a Saúde Reprodutiva.

Por outro lado, Victória d’Alva recordou que há vários objetivos traçados pelo executivo. “Um deles é assegurar o acesso ao serviço às populações, nomeadamente jovens e mulheres, nas regiões mais remotas e outro é contribuir para alguns objetivos e metas que o governo assumiu aquando da Conferência de Nairobi, no ano passado, que era reduzir as necessidades não satisfeitas em planeamento familiar”.

O titular da pasta da Saúde está convencido que essas “unidades irão dar cobertura a todos os pontos aqui em São Tomé. Teremos que batalhar para que o mesmo aconteça na Região Autónoma do Príncipe. No fundo, é melhorarmos os indicadores de saúde, neste caso concreto de atendimento da mãe, da mulher e da criança”.


O ministro da Saúde, Dr. Edgar Neves, recebe as chaves das clínicas móveis
das mãos da Responsável do UNFPA em STP, Dr.ª Victória d'Alva

Edgar Neves, ao receber as chaves das clínicas móveis, agradeceu em nome do governo, aos parceiros, UNFPA e o governo da Índia, por este “investimento extremamente importante”, não só pelo seu valor material, “mas pelos resultados que vão sair. Tenho quase a certeza que esses indicadores irão ser melhorados”, sobretudo para “eliminar as necessidades não satisfeitas em planeamento familiar”, bem como “eliminar a mortalidade materna”, duas das três metas estratégicas do UNFPA que São Tomé e Príncipe subscreveu. A terceira é “eliminar a violência e práticas prejudiciais contra mulheres e raparigas”.

O investimento nesses equipamentos ronda os 350 mil dólares, dos quais 146 mil nas clínicas e os respetivos acessórios; e os restantes 204 mil em outros equipamentos para melhorar o atendimento nos serviços de Saúde Reprodutiva nos Centros e Postos de Saúde em todo o país.

O financiamento foi do Fundo da Índia para o Desenvolvimento. Um bom exemplo da cooperação Sul-Sul.