O stock, a segurança e a qualidade de produtos de Saúde Reprodutiva para que cheguem aos utentes até ao último quilómetro estiveram entre os assuntos abordados.
Falou-se também do direito de acesso, escolha e utilização dos referidos produtos pelas utentes no momento em que entenderem.
“Por isso, é que os profissionais de saúde devem estar devidamente capacitados com conhecimentos teóricos e práticos para garantir a abrangência da segurança dos produtos, desde que entram no depósito nacional até o armazém do posto de Porto Alegre, por exemplo”, explicou a enfermeira da coordenação central do Programa de Saúde Reprodutiva (PSR).
Quanto à garantia de segurança. Uma das maiores dificuldades é ter o armazém apropriado para a conservação dos produtos. Todos os distritos não dispõe de armazém com cadeia de frio.
“Esta formação é importante para que os técnicos façam as encomendas mensalmente, porque a capacidade de estocagem é pequena, além da deficiência no fornecimento regular de energia. As unidades sanitárias não têm um espaço definido para o armazenamento destes produtos. Eles ficam misturados com outros insumos”, acrescentou Adler Conceição.
A melhoria significa que, após esta formação, os técnicos estarão em condições de calcular a média de consumo, poder encomendar de maneira inteligente, em função do stock disponível e produzir o relatório mensal.
“Sabemos que o primeiro produto a entrar é o primeiro a sair. Estamos a trabalhar com o MSupply. Embora não esteja a 100 por cento, este software já nos ajuda. Cada produto tem o seu lote e o prazo de validade, bem como a data de entrada, consoante o relatório da requisição feita mensalmente. Dificilmente terão um produto que não esteja no prazo no distrito. Desde o centro, o sistema alerta sobre o produto que deve ser utilizado em primeiro lugar”, clarificou.
Participaram na formação enfermeiros de todos os distritos que exercem a sua atividade na área de Saúde Reprodutiva e nas maternidades. Os do Príncipe irão ser formados lá, na segunda semana de janeiro.
Alcina Medina, enfermeira da Área de Saúde de Cantagalo, considerou a formação de “boa”, porque “vai permitir-nos ter melhores resultados no serviço que prestamos à população. O produto não acabará no posto e teremos tudo de forma organizada”.
“No dia a dia já faço as contas. Esta formação veio ajudar-me muito mais. Pude esclarecer algumas dúvidas e sinto-me mais apta para exercer as minhas tarefas. Por outro lado, vou partilhar estes conhecimentos com outros colegas, para que possam também aprender e preencham corretamente os formulários”.
Por sua vez, o enfermeiro parteiro no posto de Porto Alegre, “o sistema de gestão logística é muito importante, porque vem ajudar-nos a controlar d melhor maneira os produtos de Saúde Reprodutiva no stock. Sabemos que às vezes o país tem problemas com a importação de produtos, mas com uma gestão adequada dá para contornar de forma mais rápida e tenhamos os produtos disponíveis para todos os utentes.”
Yuri Oliveira garantiu que irá transmitir os conhecimentos adquiridos aos outros membros da sua equipa. Manifestou ainda o desejo de que venham a beneficiar da mesma formação, porque está ciente que não será capaz de transmitir tudo o que recebeu no encontro presencial.
Entretanto, a enfermeira da coordenação central do Programa de Saúde Reprodutiva deixou um apelo aos delegados distritais.
“Temos a perceção de que o Programa de Saúde Reprodutiva nos distritos é um dever apenas da enfermeira responsável. Os delegados devem ter conhecimento cabal do que se passa nos seus distritos, apropriando-se dos dados, das informações disponíveis. Eles não estão suficientemente inteirados sobre a gestão do stock. Uma vez que eles dominem a matéria, estarão em melhores condições para exigir”, afirmou Adler Conceição.
“Já se tinha formado um grupo, mas essas mudanças constantes de responsáveis e a falta de transmissão de conhecimento de uns para outros causam este distanciamento. Os responsáveis distritais têm que estar profundamente envolvidos, entre outras razões para garantir o respeito pelo calendário, assim como a fidelidade dos dados. Cada enfermeiro/a também deve ser rigoroso/a no preenchimento de dados, porque se houver erros, a qualidade da informação se reflete a nível nacional”, acrescentou.