Professores, taxistas e motoqueiros estão entre os principais grupos alvo da segunda fase de vacinação contra a Covid-19 no país.
São Tomé e Príncipe recebeu recentemente mais 24 mil doses de vacinas AstraZeneca, no quadro da iniciativa Covax.
O consórcio está com dificuldades em fornecer ao arquipélago as 96 mil doses de vacinas que estavam previstas para chegar ao país em maio último, tanto é que o imunizante para 12 mil pessoas chegou com algum atraso.
Para facilitar o processo e reduzir as aglomerações, os serviços de saúde reforçaram os postos de vacinação na capital. Por exemplo, duas clínicas móveis adquiridas com o apoio do Fundo da Índia estão estacionadas no centro da capital com este objetivo.
As viaturas foram também utilizadas na primeira fase da imunização. Principalmente nas comunidades mais distantes.
Pode ser uma estratégia para vencer a resistência de alguns trabalhadores do setor de transporte, particularmente os moto-taxistas, por causa da proximidade.
Nelson Silva Barbosa e Paulino Monteiro, por exemplo, são dos que mais protestaram contra a vacinação. "Eu não vou vacinar. Não vou vacinar porque São Tomé não tem coronavírus", declararam.
Outra razão evocada é por não terem beneficiado do apoio concedido aos setores mais afetados pela pandemia. “Distribuíram dinheiro para algumas pessoas. Nós não recebemos. Não vamos vacinar”, acrescentaram.
Também há alguma resistência entre os docentes, segundo alumas fontes. A justificação é porque vários docentes contraíram o vírus e não teriam recebido a atenção necessária.
Entretanto, Plácido Paulo, presidente da Associação dos Taxistas, liderou os seus colegas aos postos de vacinação. Foi um dos primeiros a vacinar. “O processo está a correr bem. Já apanhei a dose e os outros companheiros estão também a aderir”, afirmou.
De uma forma geral, nesses primeiros dias, a participação tem sido positiva. Vários cidadãos e cidadãs têm ajudado na sensibilização, apelando à vacinação, porque a doença continua a existir.
No arranque desta fase, há uma semana, o ministro da Saúde, Edgar Neves, e a sua colega de Educação e Ensino Superior, Julieta
Rodrigues, fizeram um apelo para a adesão das referidas classes profissionais.
Segundo os últimos boletins diários do Ministério da Saúde sobre a pandemia, tem havido poucos casos de novos contágios.
No final da primeira fase, que priorizou 12 mil profissionais da linha da frente e cidadãos com mais de 60 anos, cerca de 800 pessoas não tomaram a segunda dose, apesar da extensão de dois dias sobre o prazo inicial. Contudo, têm a oportunidade de completar a imunização nesta ronda.
As autoridades pretendem imunizar 70% da população, ou seja, 150 mil pessoas até próximo ano.