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O governo vai apresentar nos próximos dias o plano detalhado de vacinação, após a chegada de 24 mil doses de vacina contra Covid-19, no fim de semana. Os trabalhadores da chamada “linha da frente”, como os profissionais da Saúde, assistentes sociais, bombeiros e militares, assim como idosos, nomeadamente os que estão em lares, estarão entre os primeiros 12 mil cidadãos que começarão a ser imunizados dentro de uma semana.

Na sua comunicação ao país, o primeiro-ministro considerou que vai se “dar o primeiro passo em termos do processo de vacinação da população. Eu diria mesmo que é um dia de esperança, um dia histórico”.

Jorge Bom Jesus agradeceu aos integrantes do consórcio Covax que qualificou de “teia de mobilização da comunidade internacional” que tornou possível o envio destas vacinas para o seu país.

«Mas a plataforma COVAX só vai cobrir 20% da vacinação. Por isso, vamos continuar a mobilizar parceiros e financiamentos para cobrir o resto da população. Desde logo, o Banco Mundial já prometeu cobrir mais 50%, de forma que nós possamos vacinar 70% da população», explicou Bom Jesus.

O chefe do executivo conta ainda com o apoio de parceiros bilaterais e da União Africana que se comprometeram em ajudar o país na aquisição de mais vacinas, num total de 150 mil doses. O processo irá até julho.

A entrega feita ainda no aeroporto faz parte do primeiro lote das 96 mil doses da vacina Astrazeneca, do Serum Instituto da Índia em Mumbai, previstas para serem encaminhadas para São Tomé e Príncipe ao longo de todo este ano de 2021.

As vacinas foram recebidas pelo ministro da Saúde, Edgar Neves, acompanhado da chefe da diplomacia santomense, Edite Ten-Jua. Testemunharam o ato, os Representantes da Organização Mundial da Saúde (OMS), Anne-Marie Ancia; da Unicef, Noel Zagre, o embaixador de Portugal, Rui Carmo; o encarregado de Negócios da Índia, Raja Murali; o coordenador da União Europeia, Albert Losseau e o gestor da Aliança Gavi, Thierry Vincent.  

Reagindo à chegada das vacinas a São Tomé, o gestor da Gavi, Thierry Vincent, manifestou que a sua organização tem “muito orgulho de partilhar este momento com o governo e seus parceiros, e de desempenhar um papel na proteção dos que estão em maior risco - incluindo profissionais de saúde - durante esta pandemia.”

A Representante da OMS destacou a importância da parceria COVAX e do trabalho incansável dos técnicos do Ministério da Saúde, o que segundo ela, fez com que este arquipélago estivesse entre os primeiros países africanos a receber as primeiras doses da vacina contra a COVID-19.

 

«É o primeiro passo para uma solução sustentável para o fim de uma doença que aflige esse país desde há um ano. Estas vacinas não poderiam chegar em melhor altura, quando todo o arquipélago foi atingido pela segunda e mais mortal vaga da pandemia», ressaltou Anne-Marie Ancia.

 

Ela manifestou ainda sentir-se “muito orgulhosa e honrada pelo facto da OMS fazer parte dos atores mais ativos desta iniciativa, e agradeceu  ao governo santomense e a todos os parceiros que tornaram este dia possível para todos habitantes de São Tomé e Príncipe”.

Para o Representante da UNICEF para São Tomé e Príncipe e Gabão, “São Tomé e Príncipe tornou-se assim numa das primeiras ilhas a receber as vacinas da Aliança COVAX".

 

Noel Zagre espera que, com “o início da campanha de vacinação e o controlo da pandemia, se possa garantir o regresso à escola em segurança e à normalidade para as crianças e os jovens”.

 

Por sua vez, na sua mensagem, o Adido de Cooperação da União Europeia, o engenheiro Albert Lousseau disse que, “com uma contribuição de 2,65 mil milhões de dólares, a Equipa Europa (União Europeia, os seus Estados-Membros e o BEI - Banco Europeu de Investimentos) é o primeiro contribuinte para esta iniciativa”.

 

O comunicado cita a presidente da Comissão Europeia, Ursula Von der Leyen, para quem a ajuda visa “garantir, como parte da nossa resposta global contra o coronavírus, o acesso universal a vacinas em todo o mundo, para todos aqueles que precisam”. 

                                                                                                                  

O ministro da Saúde reiterou o agradecimento “a todos os parceiros bilaterais e multilaterais que têm ajudado o país numa luta estruturada no combate a esta terrível doença”.

 

«A longo destes meses todos conhecemos bem a dureza e as dificuldades que têm surgido e agora chegamos a uma outra fase», congratulou-se Edgar Neves.

Porém, o chefe do governo, Jorge Bom Jesus, alertou que as vacinas são um “ponto de viragem” importante, mas as medidas preventivas já estabelecidas devem continuar, porque no “plano curativo, o país não tem condições de combater à pandemia”

A iniciativa COVAX é co-liderada pela Aliança GAVI para vacinação, a Organização Mundial da Saúde, OMS, e a Coligação para Inovação e Preparação Contra Epidemias (CEPI), que trabalham em parceria com Unicef e o Banco Mundial.

São Tomé e Príncipe é depois de Angola, o segundo país da África lusófona a receber as vacinas contra a COVID-19, no quadro dos esforços concertados da COVAX.

As primeiras doses da vacina indiana Astrazeneca chegaram quando o acumulado da infeção aproxima-se rapidamente dos 2 mil casos e com 31 óbitos registados.