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A Diretora Regional sentiu-se “muito encorajada” ao visitar a Feira de Saúde em Cantagalo, porque a população aderiu “em massa aos serviços oferecidos”. Foram serviços multidisciplinares, que incluíram a triagem, a medição dos bebés e a sua situação nutricional; saúde infantil, o planeamento familiar e o registo das crianças, porque “cada pessoa conta”.

“Também é uma maneira de oferecer à população um serviço que às vezes ela não consegue, porque está a trabalhar no meio da semana e é uma vantagem”, comentou a senhora Argentina Matavel Picci.

“Reparei ainda que não se paga o registo. É um chamariz para aquelas populações que têm famílias que querem poupar um bocadinho de dinheiro. É importante que se faça mais desta feira no país inteiro”, aconselhou.

Durante a visita, a responsável interagiu com utentes. Por exemplo, Sonilza Augusto, que já tem um casal de filhos, aproveitou para consultar a criança.

“Só vim ver como o bebé está. Esta feira é muito importante para todas nós grávidas e mães, que não têm como ir ao hospital”.

A delegada da Área de Saúde de Cantagalo manifestou que “a meta é atingir, pelo menos, quatro consultas pré-natais para cada mulher”.

“Também gostaríamos que houvesse uma maior adesão ao planeamento familiar para evitar a gravidez indesejada, doenças que podem ser transmitidas, quando não se usa o preservativo e outras situações que podemos evitar”, acrescentou Manuela da Costa.

O projeto “Um Sorriso, Uma Vida” marcou igualmente presença na Feira, com as suas ações de sensibilização.

O presidente da União das Associações Juvenis de São Tomé e Príncipe (UAJSTP) destacou que “é uma iniciativa de jovem para jovem”, com o propósito de “envolver as associações do distrito na mobilização sobre as questões de saúde sexual e reprodutiva”.

“O nosso objetivo nestas sensibilizações é para que os jovens possam tomar decisões de forma consciente, para que possamos reduzir a taxa de gravidez precoce em São Tomé e Príncipe de 15 para 10% e diminuir consideravelmente a  violência baseada no género (VBG)”, sublinhou Lunércio Martins.

Neste momento, a Iniciativa está a ser implementada nos distritos de Cantagalo, Mé-Zochi e Água Grande. O alargamento que cobrirá todo o país está a ser faseado.

A Diretora Regional esteve ainda no Centro de Aconselhamento sobre a VBG no comando distrital, onde os casos de violência são registados, tratados e encaminhados para níveis superiores.

A Sra. Matavel encerrou a visita ao terreno com uma conversa com os jovens no Centro de Interação Jovem de Ribeira Afonso. Foi uma troca de testemunhos de vida, partilha de conhecimentos sobre a importância da educação sexual integral para diminuir a gravidez precoce e suas consequências, para que alcancem seus sonhos.

O diretor do Instituto da Juventude agradeceu ao FNUAP “todo o apoio prestado aos jovens para melhor compreenderem o seu corpo, com vista a reduzir as gravidezes precoces”.

Calixto Nascimento considerou ainda que “os testemunhos e os conselhos da Diretora Regional são incentivos que todos os jovens presentes no encontro levarão consigo na vida futura".

Para o ministro da Saúde, Trabalho e Assuntos Sociais foi uma "visita importante".oi uma “visita importante”.

“Quanto à saúde materna e o programa de Saúde Reprodutiva, as nossas necessidades têm sido oportunamente satisfeitas. Há mais investimentos para serem feitos, como é a conclusão da extensão com capacidade cirúrgica do Hospital Dr. Manuel Quaresma Dias da Graça, na Região Autónoma do Príncipe. Falamos com a Diretora Regional no sentido do UNFPA apoiar-nos no apetrechamento e também na formação, particularmente a especialização de parteiras”, acrescentou Célsio Junqueira, em declarações à nossa reportagem. 

“Concordamos que deveria haver um esforço para STP atingir zero morte materna evitável e o país projetar-se como um exemplo nesta área, apesar de haver ainda muito caminho a percorrer. Foi também uma oportunidade para partilha de experiências e analisar como garantir a sustentabilidade desses programas, após o fim do financiamento do UNFPA”, concluiu.

Ao fazer o balanço da visita, a Sra. Matavel afirmou que as perspetivas do UNFPA são acelerar para se atingir as metas dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. No nosso caso [STP], são a redução da gravidez entre as adolescentes, que ainda está ligeiramente elevada.

“Se engravidam cedo, não terminam a escola e não podem contribuir no mercado de emprego da mesma maneira, se tivessem uma formação”, sentenciou.

“Queremos acelerar a redução da mortalidade materna. Vamos trabalhar com o Ministério da Saúde para rapidamente trazer os cuidados para o Príncipe, para evitar as evacuações de grávidas para São Tomé, e também nos casos de prevenção da violência baseada no género, principalmente a violência sexual contra a menina. (…) Temos que mobilizar a comunidade, deve haver diálogo dentro das comunidades para se recuperar os valores de base da sociedade santomense. No planeamento familiar, queremos que qualquer menina, mulher ou rapaz que queira ter acesso a um método de contraceção moderna, tenha acesso à informação, à escolha e aos serviços”, concluiu a Diretora Regional para África Ocidental e Central.