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Mais de 60 inquiridores do Instituto Nacional de Estatística (INE) vão estar no terreno a partir desta segunda-feira até finais de setembro para recolha de dados relacionados com a 6.ª edição do Inquérito de Indicadores Múltiplos (MICS6).

O processo começa na ilha de São Tomé, estendendo-se na próxima semana à ilha do Príncipe. Cerca de 4 mil agregados familiares participam no inquérito. Foram escolhidos aleatoriamente.

A novidade do MICS6 é o teste sobre a qualidade da água. Outros indicadores a serem atualizados relacionam-se com a educação, saúde, proteção à criança e aspetos económicos das famílias.

Os grupos alvos são crianças menores de 5 anos, crianças e adolescentes de 5 a 17 anos, assim como homens e mulheres de 15 a 49 anos.

O lançamento do inquérito foi feito em Guadalupe, distrito de Lobata. A Coordenadora Residente das Nações Unidas disse, na ocasião, que os dados a serem recolhidos vão permitir saber “onde fizemos progressos e os desafios ainda existentes”.

Inquiridores preparados para o trabalho no terreno
Inquiridores preparados para o trabalho no terreno.

Com os mesmos, “o país irá desenvolver os seus programas e políticas de desenvolvimento, especialmente para a definição de indicadores em documentos como o Plano Nacional de Desenvolvimento Sustentável, a Agenda de Transformação do governo 2030, e outros documentos estratégicos setoriais, incluindo o UNDAF, que é o plano quadro das Nações Unidas de apoio ao desenvolvimento de São Tomé e Príncipe”, precisou Zahira Virani.

O presidente da Câmara de Lobata, Arlindo Gué, saudou a iniciativa e garantiu  disponibilizar os serviços do seu distrito para o sucesso das operações do sexto MICS.

O MICS é um programa de pesquisa domiciliar internacional desenvolvido pelo UNICEF. O representante desta agência recordou que à “exceção do Inquérito Orçamental Familiar, IOF, o MICS5 (conduzido em 2014) era o único grande levantamento de cobertura nacional realizado em São Tomé e Príncipe nos últimos quatro anos”.

Neste contexto, para São Tomé e Príncipe, “a implementação do MICS6 é de suma importância e abrangência, uma oportunidade ímpar de recolher e atualizar os dados estatísticos e indicadores-chave, os benefícios sociodemográficos e de saúde que o país e as várias partes interessadas necessitam”, sublinhou Sthepan Grieb em conferência de imprensa (via Skype) que antecedeu ao lançamento do inquérito.  A agência facilitou, igualmente, alguns kits de equipamentos que vão ser usados pelos inquiridores.

A diretora do INE, Elsa Cardoso, deu informações técnicas sobre o inquérito e apelou à população de São Tomé e Príncipe para uma “maior participação” no MICS6, sublinhando que as informações individuais que forem dadas são “confidenciais”.

A agência das Nações Unidas para a População e Desenvolvimento está também envolvida no processo.

«O uso de dados demográficos e socioeconómicos na definição e implementação de políticas, planos e programas baseados em evidências a nível nacional e local constitui o motivo da participação do UNFPA neste MICS», declarou o Encarregado de Programas.


Bulawê de adolescentes anima o lançamento do MICS6

«Os resultados do inquérito permitirão ao UNFPA continuar a avaliar as necessidades nacionais e alinhar a sua ação de acordo com o seu mandato definidos no seu Plano Estratégico e na Agenda Transformativa da agência, cujos pilares são: eliminar as necessidades não satisfeitas em planeamento familiar; eliminar a mortalidade materna e eliminar a violência e práticas prejudiciais contra mulheres e raparigas», acrescentou Dr. José Manuel Carvalho.

De salientar que se celebra este ano, os 25 anos da Conferência Internacional de Cairo sobre População e Desenvolvimento. O país assumiu, naquela oportunidade, alguns compromissos respeitantes à saúde sexual e reprodutiva das populações.

Neste sentido, interessa a agência saber “aonde estamos e o MICS6 oferece-nos a oportunidade para verificarmos o nível da evolução atingido nessas promessas”, sublinhou o técnico do Escritório do UNFPA na conferência de imprensa.

A realização do inquérito MICS6 custa mais de 460 mil dólares. O financiamento é comparticipado por UNICEF, UNFPA e União Europeia.