A Iniciativa “Um Sorriso, Uma Vida”, que conta com o apoio do UNFPA, fez-se representar na feira realizada no recinto de jogos do Liceu Manuela Margarido, no distrito de Mé-Zóchi, para assinalar o 5 de novembro, Dia Nacional da Juventude.
O primeiro-ministro, Jorge Bom Jesus, e outros membros do executivo, bem como a Coordenadora Interina das Nações Unidas, visitaram o stand e receberam explicações dos ativistas sobre os objetivos do programa.
A Iniciativa sob o lema: “Oportunidades para uma Vida Saudável e Produtiva para Adolescentes e Jovens”, visa operacionalizar um conjunto de ações com o objetivo de aumentar o nível de informações ligado às questões de Saúde Sexual e Reprodutiva. É também uma resposta dos jovens da UAJSTP/SPD, agora em coordenação com o Instituto da Juventude, para implementar os compromissos assumidos há dois anos na cimeira de Nairobi, que assinalou os 25 anos da Conferência Internacional sobre População e Desenvolvimento (CIPD 25).
A celebração dos 47 anos da institucionalização do 5 de novembro, sob o lema: “O engajamento das Associações Juvenis para as Ações Climáticas”, coincidiu com a cimeira COP26 realizada em Glasgow, Escócia, para se encontrar soluções, com vista a reduzir o aquecimento global responsável pelas alterações climáticas em várias partes do mundo, incluindo São Tomé e Príncipe. O país esteve representado ao mais alto nível pelo presidente da República, Carlos Vila Nova.
Entretanto, o presidente do Conselho Nacional da Juventude entende que “os jovens de hoje não lidamos bem com a paciência, deixamos de acreditar no tempo e queremos que tudo aconteça agora e já”.
“Só o governo não vai resolver todos os problemas que temos. É preciso que nós os jovens e o povo entendamos, de uma vez por todas, a responsabilidade de cada um no processo de desenvolvimento do nosso país, e que cada um assuma, de uma vez por todas, essa responsabilidade. (…) Se assim não for, daqui a 10,15 ou até mesmo 20 anos estaremos aqui a falar dos mesmos assuntos, mesmos projetos e querendo resultados diferentes”, acrescentou Calisto Nascimento.
A ocasião foi aproveitada pelos governantes para fazer o balanço de ações a favor da juventude que representa 70% da população do arquipélago.
O ministro da Juventude, Desporto e Empreendedorismo, por exemplo, elencou um conjunto de programas em parceria com várias agências do Sistema das Nações Unidas para empoderar os jovens, apoiar a iniciativa privada neste segmento da população, contribuir para a realização da estratégia nacional de género, em particular para o empoderamento económico das jovens mulheres santomenses, e dar resposta directa aos desafios no contexto global e nacional da COVID19.
“O presente e o futuro de São Tomé e Príncipe dependerão de cada um de nós, nossas ações, nossas atitudes, posicionamento e sobretudo, a capacidade de sermos resilientes nas diversidades e nas dificuldades do dia-a-dia”, declarou Vinício de Pina.
O governante reiterou a “inequívoca vontade e determinação em tudo fazermos para garantir que tenhamos uma juventude mais participativa e contributiva para a construção de uma nação cada vez mais forte, consolidada e comprometida com as ações que criam impacto positivo no meio ambiente e no clima”.
O primeiro-ministro definiu a Juventude santomense como a “única certeza, luz do horizonte no fundo do nosso túnel”, neste tempo de incertezas.
Jorge Bom Jesus disse que “o governo não está a regatear esforços, no sentido de delinear no plano de retoma e recuperação económica, políticas e programas específicos para a Juventude”.
Destacou a educação e a formação, nomeadamente a formação profissional, a superior a nível interno e externo; as especializações, entre outros. Lembrou que o programa de bolsa de estudo foi duramente afetado pela pandemia, devido às restrições levantadas pelos países recetores.
O chefe do executivo referiu-se também à “política de igualdade de género, inclusão, empoderamento das raparigas, que deve continuar a ser intensificado”; assim como “conciliar a Juventude com o Ambiente, uma juventude amiga do seu habitat natural”.
“A política de distribuição de parcelas agrícolas para a autossuficiência alimentar. A proteção social, o apoio que queremos continuar a dar às famílias vulneráveis. Vamos continuar ao nível da política de proteção social, do emprego, da cultura, do desporto, entre outros”, acrescentou.
Bom Jesus garantiu que “na condição de ilhéus, tudo tem sido feito no eixo da diplomacia económica para podermos desencravar São Tomé e Príncipe, garantindo mobilidade aos seus habitantes, particularmente a camada jovem, tendo-se já assinado acordos de supressão de vistos em passaportes ordinários com vários países. Resta-nos Portugal, mas acreditamos que esta batalha vamos poder concretizá-la”.
Os dois responsáveis agradeceram toda a colaboração dada pelo Sistema das Nações Unidas e a Coordenadora interina residente reiterou a disponibilidade de continuar a dar atenção “à problemática do engajamento da juventude (…), em parceria com as várias entidades estatais e privadas”, apoiando “inúmeras iniciativas vindas dos jovens e para os jovens, levando-os a criar espaços estratégicos que lhes possibilitem dar voz às suas aspirações”.
Kasia Wawiernia enumerou vários programas que contam com a parceria de diversas agências das Nações Unidas no país.
A ideia é continuar a “investir no empoderamento da juventude, na sua integração nas políticas e nos programas; pois é um imperativo para o avanço irreversível no caminho para a concretização dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável”.
Entretanto, Wawiernia desafiou os jovens para que “se envolvam mais, que não fiquem à espera que os políticos, ou a sociedade resolva os vossos problemas. Agarrem a oportunidade, porque esta é a vossa agenda! Liderem o caminho, exijam transformação, mais do que tudo, sejam a mudança”.
“Quanto a nós, as Nações Unidas, prometemos que iremos sempre apoiar-vos na criação de novos caminhos e garantir que nenhum jovem é deixado para trás”, sublinhou a Coordenadora interina.
Além da mensagem em vídeo do presidente da República, Carlos Vila Nova, dirigida aos jovens, os presentes ouviram a experiência partilhada pelo engenheiro Elísio Nunes, um jovem empreendedor que está produzir carvão ecológico a partir da casca de coco ou copra. Música, teatro e dança marcaram igualmente o ato.