A decisão de indicar o distrito de Lembá, como capital de anual da Juventude, foi um dos resultados do Retiro Juvenil realizado em Diogo Vaz, entre os dias 11 e 13 de agosto.
Os jovens decidiram ainda criar “mecanismo de coordenação e supervisão dos adolescentes e jovens”, assim como “mobilizar jovens de todos os distritos para debater os desafios da sustentabilidade; realizar o Fórum Nacional da Juventude, envolvendo todas as instituições, principalmente, as câmaras distritais”.
Concordaram também “dar continuidade ao projeto ‘Um Novo Rosto a Nossa Cidade’, contribuindo assim para limpeza da capital”; além de “usar todos os meios de comunicação para permitir que os jovens possam ter oportunidades para integração, capacitação e formação e apoiar o distrito de Lembá através de várias campanhas de sensibilização”.
No ato central do Dia Internacional da Juventude que teve como lema: “Competências Ecológicas para os Jovens, rumo a um Mundo Sustentável”, o diretor do Instituto da Juventude disse que o retiro enquadrou-se nas atividades paralelas relacionadas com a realização da Cimeira da CPLP.
Calisto Nascimento garantiu que o encontro produziria “um documento que será entregue a Comissão da Cimeira da CPLP, como sendo a contribuição, as recomendações da Juventude, o nosso compromisso para os próximos dois anos, para que nós os jovens possamos fazer parte deste processo. A sustentabilidade afeta-nos a todos”.
Ele agradeceu ainda aos participantes, destacando os mais dinâmicos, e aos parceiros, que tornaram possível a realização da atividade.
Em representação do UNFPA, o oficial do programa recordou que a agência tem vindo ao longo dos tempos a investir nos jovens. ,
“O nosso objetivo é criar mecanismos multissetoriais a nível dos distritos com o apoio dos jovens para que as intervenções dos mesmos sejam equacionadas, integradas e juntos poderão contribuir para o desenvolvimento de São Tomé e Príncipe”, afirmou Eugério Moniz.
“Isso passa pelo reforço das capacidades dos jovens. Temos uma juventude muito forte, o que faz com que tenhamos um bónus demográfico. Se utilizarmos esta capacidade juvenil para Saúde, Educação, Emprego e Formação; e se houver uma boa governação este segmento juvenil poderá alimentar tanto as crianças, como os idosos. Também devemos ter informação e educação para mudança de comportamento”, acrescentou.
O técnico da agência referiu ainda que o UNFPA colabora num programa com o Ministério da Educação e o Banco Mundial, que tem a ver com a Educação Sexual Abrangente, comportamento dos jovens dentro e fora da escola, questões ligadas à Saúde Reprodutiva e Violência baseada no Género.
No atual quadro de cooperação com São Tomé e Príncipe, a Juventude é um dos eixos fundamentais. A atividade no distrito de Lembá foi realizada com base no Plano de Trabalho definido para este ano, em parceria com o Instituto da Juventude (IJ) e a União das Associações Juvenis de STP (UAJSTP).
O representante do Unicef para Gabão e São Tomé e Príncipe, Noel Marie Zagre, deixou vários incentivos aos jovens, face aos desafios relacionados com a sustentabilidade e alterações climáticas.
A ministra da Juventude e Desporto declarou, por sua vez, que “a nossa juventude, enquanto parte desta aldeia global, que é o planeta, também é chamada a intervir com todo o dinamismo, vigor e criatividade que nos carateriza” para não só “à crise climática global, mas também para alcançar os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável”.
“Não basta dizer que os jovens são parte do processo. É preciso criar espaços para que os mesmos possam debater e discutir sobre as três dimensões da sustentabilidade (educar, inovar e preservar). Associado a estas, destaco a formação da juventude, com vista ao desenvolvimento de capacidades, neste caso específico, as capacidades ecológicas para que os jovens possam assumir um verdadeiro papel de atores e não de meros espetadores no processo de transição para um mundo mais ecológico”, sublinhou Eurídice Medeiros.
Significa dar aos jovens conhecimentos técnicos e habilidades que permitam o uso eficaz de tecnologias e processos verdes tanto no trabalho, como na vida.
A governante concluiu, citando uma passagem da música “Seja Eco” do cantor santomense Felício Mendes: “Não somos herdeiros da terra dos nossos pais, somos inquilinos na terra dos nossos filhos”.
Durante três dias, jovens dirigentes associativos tiveram a oportunidade de refletir sobre várias temáticas, com destaque para competências ecológicas para jovens, rumo ao mundo sustentável; a gravidez precoce e sexualidade na adolescência; liderança e participação juvenil e os desafios da sustentabilidade nos dias de hoje.
Houve também debates sobre o estatuto de dirigente associativo; programa de governação para juventude; acesso à comunicação social; financiamento das atividades; direitos e deveres; desemprego jovem; os valores indispensáveis na juventude, entre outros, com foco no combate às alterações climáticas.
Estiveram presentes cerca de 100 jovens líderes de mais de 50 associações de São Tomé e da Região Autónoma do Príncipe.