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A ministra da Juventude e Desporto e a encarregada do Escritório do Fundo das Nações Unidas para a População (UNFPA) trocaram impressões sobre as potenciais áreas de cooperação.

Eurídice Medeiros e Victória D’Alva concordaram que o relacionamento deve apoiar-se em documentos estratégicos das duas instituições, na descentralização e integração das ações e privilegiar a inovação, para dar-se respostas aos “enormes” problemas da juventude.

A titular da Juventude e Desporto colocou encima da mesa “a necessidade avaliação e a atualização da Estratégia sobre a Juventude e o Plano de Ação”. Contudo, este exercício exige o envolvimento de outras agências e parceiros.

“Até lá, devem existir elementos que são úteis e permitir levar a cabo algumas ações”, adiantou Eurídice Medeiros.

No oitavo ciclo de cooperação 2023-2027 com o país (CPD 8), que pode-se considerar o Plano Estratégico do UNFPA, “a Juventude é uma prioridade”, destacou Victória D’Alva.

“As nossas áreas são: investir para que haja um maior aproveitamento do Dividendo Demográfico, Saúde Sexual Reprodutiva, apostar nos jovens para que eles possam adotar comportamentos saudáveis e irem o mais longe possível. Pode-se fazer até programas combinados”, acrescentou.

“Uma das áreas que se pretende dar atenção especial é inovação, tecnologia e descentralização da abordagem. ‘Um Sorriso, Uma Vida’, uma iniciativa piloto (iniciada na legislatura anterior) deverá ser consolidada. A ideia é que cada distrito assuma a gestão e o acompanhamento das situações. Há um comité distrital que envolve as representações das entidades políticas, sanitárias e da sociedade civil, nomeadamente as associações juvenis locais”, complementou a encarregada do Escritório do UNFPA.

Entretanto, ficou igualmente acordado que o Ministério, através do Instituto da Juventude, faça um levantamento dos Centros de Interação Jovens para depois se definir formas da sua dinamização, nomeadamente com ações de sensibilização constantes para o empoderamento dos jovens e, particularmente de jovens raparigas.

As atividades desportivas e iniciativas no quadro do empreendedorismo podem ser também portas de entrada com idêntico objetivo.

Victória D’Alva sublinhou a importância da utilização de dados para se ter um “retrato real” das situações e na argumentação das preocupações, como é o caso de gravidez de raparigas nas escolas, para a adoção de estratégias mais corretas na solução de problemas.

“Há margem para trabalharmos em muitas áreas”, considerou. A responsável exemplificou com uma solução digital em preparação. O objetivo é “passar mensagens de coisas sérias, mas numa linguagem dirigida aos jovens, através de um aplicativo móvel. O processo está avançado”. Foi iniciado com o anterior ministro, Vinício de Pina, inspirado na experiência de Angola, que tem o “Oi Kambas”.

Em termos gerais, os indicadores do país não estão maus. “Mas se quisermos reduzir as desigualdades e a pobreza, temos que fazer uma abordagem diferente”, considerou.

D’Alva insistiu que o UNFPA “está sempre disponível em colaborar”, de preferência em ações integradas e com liderança locais, “já que estamos a falar de empoderamento, bem-estar e mudança de comportamento”.

Participaram no encontro realizado no Ministério da Juventude e Desporto, a diretora do Gabinete, Cosma de Ceita, o diretor do Instituto da Juventude, Calisto Nascimento, e a administradora da Iniciativa “Um Sorriso, Uma Vida”, Izilda Carvalho.