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Técnicos da saúde de diferentes áreas e dos distritos participaram num ateliê que teve como objetivo a formação de comités de auditoria de mortes maternas e perinatais, ou seja, de recém-nascidos até uma semana de vida.

Antes de se concentrarem na sala de reuniões das Nações Unidas durante uma semana, estiveram no terreno para avaliar o conhecimento dos técnicos sobre a auditoria das mortes maternas e perinatal.

“Era um procedimento que o país fazia, mas foi interrompido. Há necessidade de se retomar, porque permite-nos conhecer a causa da morte e podemos depois agir preventivamente sobre a mesma”, explicou a coordenador do Programa de Saúde Reprodutiva.

“Fez-se a apresentação dos resultados obtidos no terreno, fizemos a revisão dos instrumentos padrão, que vamos adaptar ao nosso contexto e estamos a trabalhar no Plano de Ação para a criação do Comité e a organização futura da auditoria”, acrescentou a Dra. Solange Barros.

Por sua vez, a consultora que orientou o ateliê acrescentou que há necessidade do país “fazer maior esforço, para se saber quantas mulheres e quantos bebés morrem e quais são as causas para depois se estabelecer uma resposta”.

“Sabemos, para já, que a maioria das causas são evitáveis e estão ligadas à qualidade da prestação de serviço. Estão identificadas as ações que devem ser implementadas pelo governo, em conjunto com os parceiros. Acredito que no próximo ano os comités poderão ser reativados e iniciar os trabalhos”, especificou Daisy Trovoada.

O Comité vai integrar médicos especialistas, particularmente gineco obstetras e dos distritos, assim como representantes dos serviços de Vigilância e do Programa de Saúde Reprodutiva, entre outros.

Na conceção, estão previstos dois níveis de comités, distritais e nacional. Quando ocorre uma morte no distrito, o comité local analisa as eventuais causas do óbito, mas deve informar o comité nacional que se debruça, por sua vez, sobre a ocorrência. Os comités nacional e distrital analisam em conjunto, se o diagnóstico foi o mais correto, estabelecer a causa da morte e tomarem uma decisão para evitar no futuro situações semelhantes.


A consultora, Dra, Daisy Trovoada.

Outro tema sujeito à análise dos comités relaciona-se com casos em que a mãe corre risco de vida durante o parto, para se tentar perceber quais os fatores tiveram influência no episódio.

No exercício estiveram representados não só os atores; ou seja, dos programas de saúde materno-infantil, mas também o pessoal do sistema de informação de saúde, que é muito importante, e de vigilância sanitária.

Para a consultora, Daisy Trovoada, a experiência foi muito interessante, em termos de partilha de informação.

“Houve um verdadeiro trabalho de equipa e acredito que este espírito vai continuar”, sublinhou.