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O recenseamento geral da população e habitação deverá ter lugar em 2024 em São Tomé e Príncipe. Este exercício vai atualizar a estrutura da população e a sua qualidade de vida.

O mundo já atingiu os 8 mil milhões de pessoas. O futuro está repleto de promessas e potencial. Porém, a realidade atual mostra que 4 mil milhões de mulheres e meninas – metade da humanidade – enfrentam discriminação apenas com base em seu género.

Na opinião da Diretora Executiva do UNFPA, “este Dia Mundial da População salienta que podemos alcançar um futuro próspero, pacífico e sustentável vislumbrado pela CIPD e pela Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável se aproveitarmos o poder de cada ser humano no planeta. Quando desbloqueamos todo o potencial de mulheres e meninas – incentivando e nutrindo seus desejos por suas vidas, suas famílias e suas carreiras – galvanizamos metade da liderança, ideias, inovação e criatividade para uma sociedade melhor”.

“Realizar a saúde sexual e reprodutiva e os direitos para todos é a base para a igualdade de género, dignidade e oportunidade. No entanto, mais de 40% das mulheres em todo o mundo não podem exercer seu direito de tomar decisões tão fundamentais quanto ter ou não filhos. Empoderar mulheres e meninas, inclusive por meio da educação e do acesso à contracepção moderna, ajuda a apoiá-las em suas aspirações – e a traçar o caminho de sua própria vida”, acrescentou a Dra Natalia Kanem.

Em São Tomé e Príncipe, o Perfil do Dividendo Demográfica reflete também as desigualdades existentes. Por exemplo, “o excedente do rendimento de trabalho dos homens dos (22 anos-76 anos) é aproximadamente 11 vezes superior ao das mulheres, o que traduz em fraco nível de autonomização da mulher e da jovem rapariga”.

No que se refere às despesas de consumo, (…) “até aos 77 anos, os homens continuam a gerar um excedente de rendimento de trabalho enquanto as mulheres tornam-se novamente dependentes a partir dos 58 anos”, acrescenta o documento.

Por isso, o avanço da igualdade de género “é uma solução transversal para muitas preocupações da população. Em sociedades envelhecidas que se preocupam com a produtividade do trabalho, alcançar a paridade de género na força de trabalho é a maneira mais eficaz de melhorar o crescimento da produção e da renda. Enquanto isso, em países que experimentam um rápido crescimento populacional, o empo-deramento das mulheres por meio da educação e do planeamento familiar pode trazer enormes benefícios por meio de capital humano e crescimento económico inclusivo”, defende a responsável do UNFPA.

O referido Perfil deixa ainda um conjunto de recomendações que dará a cada santomense a mesma oportunidade de prosperar e garantir uma realidade em que a verdadeira riqueza da nação – não importa seu tamanho ou estágio de desenvolvimento – seja todos os seus cidadãos.

Entre elas, destaca-se:ter em consideração o Dividendo Demográfico nos instrumentos de política de desenvolvimento ; aumentar os investimentos na educação e formação dos jovens; sensibilizar para uma mudança de comportamento favorável para manterem as jovens raparigas na escola, e facilitar a inserção das mulheres no mercado do trabalho com vista a aumentar os seus rendimentos e reduzir o seu défice”.


Dra, Natalia Kanem, Diretora Executiva do UNFPA

Fazem também parte do pacote “organizar o sector informal; reforçar a política do emprego direcionado à faixa etária dos 15-24 anos; estabilizar e reforçar os empregos que existem nos grupos etários de 25-67 anos; antecipar sobre o peso demográfico futuro dos jovens implementando uma política de envelhecimento ativo; reforçar a autonomização das mulheres que são dependentes durante todo o ciclo de vida depois dos 36-58 anos, uma vez que elas geram apenas 31% do rendimento do trabalho, enquanto representam mais da metade da população e implementar políticas de investimento nos potenciais sectores como o turismo, a transformação dos produtos agrícolas e sobretudo na construção de centros universitários de vocação internacional”.

“O UNFPA está ao lado dos 8 mil milhões de pessoas para que possam reivindicar seus direitos e fazer suas próprias escolhas. Porque só isso levará a um futuro que trará igualdade e prosperidade para todos nós”, sublinhou a Dra. Natalia Kanem, na sua mensagem pela efeméride.