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A recolha de dados para o próximo Recenseamento Geral da População e Habitação começará a ser feita em 2023. Os representantes do Instituto Nacional de Estatística (INE), do Banco Mundial (BM) e do Fundo das Nações Unidas para a População (UNFPA) reuniram-se virtualmente para começar a coordenar ações com este objetivo.

O Banco Mundial já se propôs financiar a operação e dar apoio técnico. “O financiamento deverá ser aprovado em junho próximo e será submetido em forma de acordo para assinatura” entre a instituição de Bretton Woods e o país, garantiu Liliana Sousa, economista sénior do Banco Mundial.

O UNFPA, parceiro tradicional do INE, também está disponível em colaborar tecnicamente no processo.

“O apoio do Banco Mundial é muito bem-vindo”, congratulou-se a responsável do Escritório do UNFPA em São Tomé.

“As modalidades da nossa intervenção vão depender das negociações entre o INE e o BM. UNFPA apoia, normalmente o INE, com a metodologia recomendada pela Divisão de Estatística para África sugerida aos países. É o acompanhamento técnico que a agência faz. Não financia a cem por cento os recenseamentos. Com a nossa assistência, o INE já tem uma planificação indicativa, que tem de ser ajustada. Entretanto, se o BM vai também fornecer a assistência técnica, devemos, talvez, chegar a um consenso sobre as normas internacionais que regem o processo, fazer o acompanhamento. O que importa salientar é que estamos disponíveis para colaborar com as duas instituições”, sublinhou Victória d’Alva.

As duas instituições internacionais iniciaram conversações para harmonizar o que deve ser o suporte técnico a ser dado ao INE.

Porém, “o primeiro passo, de acordo com as atividades no documento financiado pelo UNFPA, é que precisamos de uma assistência técnica para ajudar em todo esse processo de organização, nas primeiras fases do censo”, disse a diretora-geral do INE.

“A próxima etapa é a contratação, o mais rápido possível, de um consultor principal para ajudar na organização da operação, nomeadamente a elaboração de Termos de Referência para outros consultores, definir os aspetos relacionados com a comunicação, porque é preciso envolver toda a população no censo”, especificou Elsa Cardoso.

Entretanto, o INE já começou a organizar-se internamente. “Já preparamos o Decreto-Lei, que diz que o Estado santomense vai realizar o recenseamento em 2023. O projeto legislativo está no Gabinete Jurídico do Ministério de Planeamento, Finanças e Economia Azul. Já temos também o despacho que nomeia o Gabinete do Censo para 2023”, acrescentou.

Como o censo é uma atividade complexa, há outros trabalhos preliminares que devem ser feitos antes dos agentes recenseadores irem para o terreno recolher os dados.

“Temos de fazer a cartografia censitária, que é outro censo. Essa recolha tem de ser realizada em 2022. Quando vamos para o terreno, já sabemos de antemão que naquela casa, por exemplo, existem três ou quatro pessoas e vamos atualizar. A cartografia é para identificar as pessoas. Faz-se a georreferenciação, agora que estamos no mundo digital. É um processo de planeamento para que em 2023 passemos a recolha propriamente dita dos dados do censo”, explicou Cardoso.

O recenseamento deveria ter sido realizado em 2022. O último foi em 2012. É um exercício que se faz cada dez anos. Devido à pandemia, não foi possível fazer a mobilização de recursos, porque naquela altura todas as atenções estavam viradas para a Covid. A insistência junto a várias instituições deu frutos.

O Banco Mundial já enviou uma carta oficial o governo, dizendo que está sensível em financiar a realização do Recenseamento Geral da População.