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A Saúde Sexual e Reprodutiva; Cultura, sociedade e direitos humanos; Violência com base em género, abusos sexuais e práticas prejudiciais e Comunicação, atitudes e valores fizeram parte dos módulos de formação para os jovens mentores da Associação de Jovens Unidos Rumo ao Trabalho (AJURT), do distrito de Cantagalo.

A ação, que teve como pano de fundo a contextualização da Educação Sexual Abrangente (ESA) associada às conclusões e recomendações da cimeira que marcou os 25 anos da Conferência Internacional sobre População e Desenvolvimento (CIPD 25) e os Compromissos assumidos por São Tomé e Príncipe em Nairobi, insere-se na operacionalização da Iniciativa “Um Sorriso, Uma Vida”.

Recorde-se que a referida iniciativa foi lançada a 12 de agosto, em Santana, capital do distrito de Cantagalo.  

Para Dionilsa Quitato, os temas abordados foram “muito pertinentes, sobretudo a Saúde Sexual e Reprodutiva e os seus diferentes aspetos, como a sexualidade, comunicação, entre outros”.

“A nossa sociedade é formada maioritariamente por jovens. Nós é que temos de receber esta informação para levar a outras pessoas. Por isso, apelo aos jovens que vão em busca de conhecimentos. Hoje em dia temos vários centros que podem nos oferecer respostas. O que nos preocupa é a gravidez precoce, um aborto inseguro, cujas consequências podem ser fatais”, ponderou.

A ativista manifestou-se muito satisfeita. “Aprendi bastante. Agradeço aos formadores, que são pessoas idóneas e capacitadas na transmissão do conhecimento. Posso dizer que estou apta para formar os outros”.

Outro beneficiário da formação também está supersatisfeito. “Estou em condições para utilizar essa nova estratégia de transmissão de informações para a população jovem e não só. Além disso, teremos o apoio técnico da equipa dos facilitadores para ajudar-nos com situações que encontremos no terreno”, disse.

Lúcio Santana admitiu que o assunto é “delicado”. Apesar de as informações estarem praticamente em todos os cantos do país e acessíveis “infelizmente, parece que o aumento do fluxo de informação está a proporcionar o aumento do número desses casos”.

Esta formação serviu “para melhorar a nossa capacitação em estratégias e formas para levar essas informações. Estamos aptos para trabalhar de uma forma diferente em matéria de Saúde Sexual e Reprodutiva”.

“A forma diferente é, por exemplo, no domínio da comunicação deve-se, primeiro, saber ouvir a pessoa, entender as suas preocupações, e depois passar a informação e trocar ideias. Porque os jovens têm informação, mas como eles as transferem para a realidade é inadequada”, resumiu.

No início da formação o oficial de programa do UNFPA fez o enquadramento.

“Um Sorriso, Uma Vida deve levar-vos a pensar no futuro que todos temos de construir, olhando para o que são as necessidades da juventude; o que traçamos ao nível nacional e internacional sobre os propósitos a serem adquiridos, através do desenvolvimento, de implementação de programas que possam dar alicerces quer no individual e no coletivo para que as pessoas desfrutem de uma melhor saúde e, em particular, uma melhor saúde reprodutiva”, disse José Manuel Carvalho.

Recordou que o país, como vários outros, assumiu compromissos, nomeadamente ao nível da Saúde e, em particular, Saúde Sexual e Reprodutiva. Por exemplo, o acesso aos métodos contracetivos, a um programa de planeamento familiar robusto, a redução da mortalidade materna, a luta contra a violência baseada no género, passando pelo comportamento sexual.

“A vossa satisfação dependerá da mudança de comportamento nas comunidades onde vão intervir. Será um começo, porque as transformações exigem muito trabalho. Mudar comportamentos não é fácil, mas para que tal aconteça, temos que ser verdadeiros veículos seguros junto aos jovens, adolescentes, raparigas, rapazes, mulheres e homens.”, sublinhou.

O médico acrescentou que “a Educação Sexual Abrangente (ESA) deve ser feita dentro e fora da escola.(…) Por isso, as tarefas que têm de cumprir no âmbito da promoção da educação sexual e reprodutiva, passando pela luta contra a violência baseada no género e outras informações comportamentais, promovendo a equidade e igualdade de género, que afetam a saúde de uns e outros na comunidade, são árduas. Mas podem contar com o apoio do FNUAP”.

José Manuel Carvalho recomendou ainda aos formandos que passem em revista a Declaração de Guanajuatu, no México, que “traz tudo quanto se deve fazer com jovens e adolescentes para o desenvolvimento do país”.

Entretanto, ao fazer-se o balanço da formação com as partes envolvidas, nomeadamente os facilitadores, chegou-se à conclusão que as 16 horas iniciais não foram suficientes, tendo em conta o volume e a profundidade dos conteúdos. Vai haver um reforço de duas semanas, entre os dias 6 e 17 de dezembro, em Santana.