You are here

UNFPA/ São Tomé – Cerca de 100 prestadores de serviço vão ser formados este ano de 2018, em métodos de planeamento de longa duração. Ao mesmo tempo, o UNFPA vai ajudar o país a reforçar paulatinamente as infra-estruturas sanitárias de diversos níveis com algum equipamento, que já foi encomendado.       

«O foco do programa de assistência do UNFPA no actual ciclo é precisamente o planeamento familiar. Uma das estratégias é fazer chegar os métodos contraceptivos mais perto das pessoas, lá no último quilómetro», afirmou o Encarregado de Programa, Dr. José Manuel Carvalho.     

Até 2017, os postos de saúde não tinham autorização para oferecer métodos contraceptivos de longa duração. Este pacote mínimo foi revisto e os postos de saúde foram incluídos na prestação deste serviço, disponibilizando, nomeadamente o dispositivo intra-uterino (DIU) e o implante, que é o método hormonal.

O apoio técnico e material do UNFPA ao Programa Saúde Reprodutiva visa formar os profissionais e criar as condições técnicas para sua efectivação.

«A procura desses serviços é grande», admitiram a enfermeira Sortiana Lima, do posto de saúde de Conde e o seu colega de Micoló, Osmildo Neto.

Prestam serviço de aconselhamento sobre planeamento familiar, sempre que possível com a presença do casal. Ainda há homens que oferecem resistência. Outra barreira que os técnicos às vezes enfrentam é de carácter religioso.

«Existem confissões religiosas que consideram pecado utilizar os métodos contraceptivos. Estas situações são mais complicadas. Mas tem havido formas de contornar a situação», precisou Osmildo Neto.

Para Sortiana Lima, “aumentar o conhecimento sobre a utilização dos métodos contraceptivos, principalmente os de longa duração é também uma grande vantagem para as usuárias. Terão acesso ao serviço de forma mais próxima.

Muitas usuárias estão dispostas a aceitar o método, desde que seja a própria profissional que faz o aconselhamento a prestar o serviço. “Com o trabalho de sensibilização estabelece-se uma relação de confiança. Enquanto não houver condições no posto, disponibilizamo-nos a acompanhar a utente e participar na colocação do método escolhido para tranquiliza-la”, acrescentou a enfermeira da vila de Conde.

A formação tem sido feita por grupos e com muita participação. “É teórico-prática e sempre que possível, ver a prática ligada à realidade. Trabalhamos com manequins, mas desde que haja um caso de inserção ou remoção do implante ou do DIU, os formandos vão ver como é que esses processos acontecem”, explicou o facilitador, Dr. José Manuel Carvalho.

Significa que a gama de métodos contraceptivos disponíveis nos postos sanitários vai aumentar de 4 para 6, o que é bastante bom para o sistema de saúde santomense.